quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Nosso Maniqueismo


Atualmente muito se tem falado da guerra contra o terrorismo, mas se atribui a esta ação generalizações tais, que nos demostram que referidos discursos tem como intuito apenas criar mecanismos de repressão às liberdades individuais conquistadas durante a historia do Homem, criando ainda um tipo de maniqueismo, ou seja, um sistema onde existissem pessoas inteiramente boas e pessoas inteiramente más e sem possibilidade de conversão, o que sabemos não ser verdade.
Oras, nenhum ato terrorista, por pior que seja, pode justificar que se desconsidere a dignidade do ser humano e a livre determinação de um povo, não sendo possível aceitar as atitudes dos EUA que consideram suspeita uma pessoa apenas por ela ser nascida no Oriente médio.
São injustificáveis as alegações de que o Iraque, pertence as nações do “eixo do mal”, se, naquela região nasceu e cresceu o islamismo, não nos esqueçamos que o Iraque, antiga Mesopotâmia é a pátria de Abraão e que a religião Cristã nasceu no oriente médio.
Assim é impossível falar que uma cultura, um povo ou um indivíduo é “do mal” ou é “do bem”, como certos jornalistas mal formados e mal informados escrevem, estas pessoas que assim escrevem, no mínimo não leram Machado de Assis que nos ensina com probidade que “toda a contradição está no homem”.
Esta mentalidade de rotular alguém pertencente ao “mal” ou ao “bem”, nega que um indivíduo ruim e até famigerado possa se converter, mudar de vida, estas pessoas esquecem, contudo, , por exemplo, a vida de Paulo de Tarso e a sua conversão.
Neste sentido, lembremos que Santo Agostinho nos ensina em seu livro A cidade de Deus, editora Vozes, 1999, Parte II Capitulo VI, as páginas 138: “E como ninguém é mau por natureza, pois tudo quanto é mau o é por vício”.
Santo Agostinho nos ensina claramente na mesma obra: “não odiar o homem pelo vicio nem amar o vicio pelo homem, mas odiar o vício e amar o homem. Sanado o vicio, ficará unicamente o que se deve amar e nada do que deve odiar.”
Ao analisarmos a questão da violência atual, governantes ou não, paremos de rotular pessoas e nações, como “do bem” ou “do mal”, como temos feito atualmente, ao seguirmos as opiniões divulgadas pela imprensa; ao contrario é nosso dever analisar estas questões dentro de uma ótica onde prevaleça o bom senso e a justiça. Quando analisamos então, a “luta contra o terrorismo”, não podemos perder de vista que não se pode pensar em acabar com a violência por meio de guerras ou bombardeios, não sendo correto para o combate ao terrorismo a morte de pessoas, como vimos a alguns dias na Rússia. Neste sentido devemos lembrar os ensinamentos do Santo Padre João Paulo II em sua encíclica Veritatis Splendor quando nos ensina: “Por isso as circunstancias ou as intenções nunca poderão transformar um ato intrinsecamente desonesto pelo seu objeto, num ato ‘subjetivamente’ honesto ou defensável como opção”.
Desta forma devemos ter cuidado quando analisamos estas questões, para não endossar opiniões que em ultima analise procuram acabar com a dignidade e a liberdade humana.

MENTORE CONTI

NOSSAS PRIORIDADES





"Seja caridoso, humilde e prestativo. Pratique a caridade ao próximo - você não
precisa ir para Etiópia ou para Calcutá ajudar os pobres. Ajude o mendigo de sua
rua, os seus empregados e quem está ao alcance de suas mãos". (Beata Tereza de
Calcutá)




Ao ler a frase acima da beata Tereza de Calcutá vemos que infelizmente temos políticos brasileiros, que mesmo tendo aparentado durante anos a bandeira da luta pelo social, agora esquecem isto. Estes políticos preocupados com sua imagem no exterior, iludidos com elogios diplomáticos, esquecendo que tais elogios são feitos mais por obrigatoriedade de protocolo do que qualquer outro motivo, acham que fazem bela figura em ajudar os países da África.
Esquecem que se faz necessário tirar da miséria 70 % de miseráveis que vivem no Brasil. Aqui frisemos que ajuda não pode se restringir a distribuição de cestas básicas e capacitação de mão de obra, se estes fatores são importantes, importante também é que o governo crie uma economia que possa absorver esta mão de obra.
A um governo é necessário criar condições econômicas para aumento de produção, pois com o aumento de oferta o preço tende a cair.
O que adianta um governante fazer belos discursos contra a fome no mundo, se em seu país seu ministro corta de um momento a outro benefícios e aposentadorias de brasileiros com noventa anos ou mais, transformando-os do dia para a noite em esmoleres, só voltando atrás com uma desculpa “amarela”, depois de forte pressão da sociedade e da oposição.
Será que esquecem que nos Estados mais pobres do país também moram brasileiros e que esta pobre gente também constitui família, também é digna, também é filha de Deus?
Não estamos aqui pregando o abandono aos africanos aos asiáticos, mas não temos que ajudar nossa população? Ajudando nossa população não ficará mais fácil ajudar depois outros países?
Neste ponto quero lembrar que nós brasileiros ainda não enxergamos que se organizarmos nosso país elevando a condição de nossa população, poderíamos nos tornar a voz ativa de muitos países do terceiro mundo e aí sim com uma população sem os atuais problemas sociais que temos, teríamos força e voz para auxiliarmos outros países. Infelizmente não enxergamos nem mesmo que vivemos em um país com um dos subsolos mais ricos do mundo, que por enquanto esta a mercê de todos os países desenvolvidos da Europa e da América do Norte.
Finalizando pergunto até quando nossos políticos continuarão esquecendo nossa população e lembrando apenas de manter aparências.

MENTORE CONTI

O último olhar

Suas mãos tremiam quando Marcos chegou até o balcão... olhou em torno de si, as mesas de latão com seu azul descascado deixavam transparecer a sujeira gordurosa que as recobria e, o balcão de fórmica rosa tinha marcas do pano de trapo que ali tinham passado.
Risos, conversas desconexas... tudo estava como sempre, mas Marcos mal conseguia se equilibrar.
Antes de chegar, na esquina, duas pessoas haviam comentado uma noticia de jornal que dizia ser necessário tirar os mendigos do centro.
Seria verdade? Ele agora, um maltrapilho, não poderia andar pelo centro da cidade? Por que?
Marcos lembrou-se que ao ouvir o comentário sentiu um mal estar... não saberia como reagir se viessem busca-lo. Adiantaria falar que por muito tempo fora cobrador de ônibus e que, aos poucos, sem ganho, sem ninguém terminara ali.
Sem direito a emprego há anos sentia-se agora ameaçado em sua liberdade, com as pernas trôpegas e já apoiado no balcão, lembrou-se de sua mãe.
Uma mulher forte que criara seis filhos, e que ao morrer, semana antes, ao ver Marcos vestido com o uniforme da empresa, sentiu-se feliz, seu filho conseguira sair daquele circulo de miséria em que viviam, teria agora, ao menos um ganha pão.
Três anos depois de sua morte, outra desgraça ---perdera o emprego—tentou ainda ser servente de pedreiro, mas aos quarenta anos não o aceitaram, sem estudo, sem ninguém, deu à beber, um trabalho aqui outro acolá, e o álcool foi aumentando.
Um dia acordou, teve mais trabalho não, pediu... e decaiu de vez, perdendo o barraco e o nome chamavam-no de Zé.
Tudo agora era passado, ali tremendo no balcão e assustado por perder a liberdade, a vinte minutos nada falava, perguntando-se para onde iria. Porque alguém exigiria que lhe proibissem a rua? Não bastava negarem-lhe emprego e suprimir-lhe o nome?
---Zé o que você quer hoje, perguntou-lhe o balconista com a cara amarrotada de pouco salário.
--- Eu... não deu tempo de responder, sentiu um tremor, a mão escapou do balcão, girou o corpo, e antes de fechar os olhos pode ver uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, que o dono do bar a muitos anos colocara em um oratório em uma das paredes do estabelecimento, ao ver a imagem Marcos pode sentir o olhar de ternura da virgem santíssima, assim ele viu quando não mais respirou.
O riso das pessoas, os passos embriagados de quem entrava ou saia, e o restante... ...como sempre!


MENTORE CONTI

domingo, 7 de outubro de 2007

NOSSA RESPONSABILIDADE

Nos dias de hoje esquecemos, muitas vezes, que a sociedade humana é constituída para construir um bem comum. Este é, na realidade, o fundamento de uma sociedade e sem este fundamento voltamos ao estado natural, já que é na transição do estado natural para o estado civil que o homem passa a comportar-se abdicando de sua liberdade plena em prol de um senso de moralidade e em prol da coletividade.
Jean Jacques Rousseau nos ensina com probidade, em seu livro “O contrato Social” na tradução de Antonio de P. Machado, pela ediouro (não consta no volume data ou ano de edição), as paginas 39 ao falar do Estado Civil:
“A transição do Estado Civil produz no homem mudança notável, substituindo em sua conduta a justiça do instinto e dando aos seus atos a moralidade de que antes careciam. Somente então, substituindo a voz do dever ao impulso físico e ao direito do apetite, o homem que, até tal ponto não observava senão a si mesmo, vê-se obrigado a agir, tendo em conta outros princípios e a consultar sua razão antes de atender a caprichos.”
Assim ao falarmos destes conceitos podemos entender claramente que a violência em nossa sociedade é o resultado em parte, de uma atitude individualista do ser humano, que ao invés de lutar pelo bem comum, busca benefícios em detrimento dos demais. Igualmente errada é a atitude de pregar-se a violência para o combate da violência, pois, a pregação neste sentido estimula a quebra do pacto social.
Vemos com tristeza a violência aumentando dia-a-dia no Brasil e ao contrario de atitudes corretas, nossa sociedade, a principiar pelos meios de comunicação, (como já falamos anteriormente), incentiva e acirra mais a violência, criando inclusive, em muitos casos a pena de execração pública, quando indevidamente divulgam fatos imprecisos e de modo alarmante sobre determinados crimes ocorridos.
Assim dentro da linha que varias vezes temos comentado em nossos textos, cabe a população, zelar para não contribuir direta ou indiretamente para a continuação deste erro de pregar violência. Muitos vão dizer que isto é impossível e que, portanto, é inútil até mesmo falar sobre o assunto, a estas pessoas lembro o escritor grego Homero, que viveu no século X a.C. e que em sua obra “Odisséia” edição ediouro 1970 as pág 44 canto II versos 235 a 239 nos ensina com probidade:
“Os pretendentes soberbos não vou censurar, certamente
pela violência que fazem, produto de instintos malvados
que eles as próprias cabeças arriscam pilhando a fazenda
do valoroso Odisseu, na ilusão de que a casa não volta.
Mas com o resto do povo não posso deixar de indignar-me.
Com serdes muitos, ficais em silencio, sentados, sem verdes
Que aos pretendentes, por poucos, podíeis impor vosso freio”

Assim as palavras ditas pelo personagem Mentor de Homero, com relação os pretendentes de Penélope, mulher de Odisseu, serve a nós, que mesmo tendo responsabilidade de nos indignarmos e sermos contra os erros cometidos em nossa sociedade, quer com relação a violência quer com ralação a outros problemas, ao contrario, nos omitimos.
Portanto faz-se necessário que tomemos consciência de trabalharmos, sempre tendo em vista o bem comum e o respeito a dignidade da pessoa humana, atuando mais em nossa sociedade como cidadãos, dentro de nossas possibilidades e de nossa atividade diária, para resolvermos os vários problemas que nos afligem, inclusive a violência.


MENTORE CONTI

AS QUESTÕES SOCIAIS

Abordemos um tema que não é novo, de fato, muito temos falado sobre as questões sociais, sobre a obrigação do eleitor e sobre a cidadania dentre outros assuntos. Mas devemos voltar a mencionar uma questão também importante, ou seja, a responsabilidade de nossos governantes para com o povo que o elegeu.
Em nosso país vemos que os sistemas sociais de previdência, de educação, saúde não são accessíveis a todos, isto como se parte dos brasileiros não tivesse direitos em seu próprio país. As instituições são criadas e depois de algum tempo suas atividades caem no vazio, como se não existisse a necessidade de atendimento a população.
Criou-se a previdência e eis que nos dias atuais esta não tem condições de atender satisfatoriamente seus segurados esquecendo, seus administradores, de prestarem contas para a população e para os associados da referida instituição. Cria-se um sistema público de saúde e depois vemos este mesmo sistema sem condições de remunerar os profissionais da área de saúde ou de atender a população que contribuiu com impostos.
Oras, se um governo é constituído legalmente é para que promova o bem comum, isto dentro das teorias de sociologia que existem, contudo vemos no Brasil que as instituições públicas não atendem a demanda da população e que pouco se tem feito para mudar esta situação.
Existe uma responsabilidade social por parte do governo que não pode restringir sua atividade a um assistencialismo puro e simples, como o bolsa escola programa de renda mínima ou coisa que o valha, se, em um primeiro momento estas atitudes amenizam situações críticas, a médio e em longo prazo devem ser criadas estruturas que, dando condição de emprego e criando um economia onde seja possível um salário mínimo decente, o individuo deixe de necessitar de bolsas isso ou bolsas aquilo e passe por si só a ter condições de viver com dignidade humana e escolher para si e sua família o que comprar e como comprar sem a necessidade de “ajutórios”.
Afinal, mais de quinhentos anos se passaram depois do descobrimento desta terra pelos portugueses e cento e cento e oitenta e cinco anos após nossa independência estamos dispostos a tornar este país em um país decente ou um país de mendigos.
O Brasil tem os maiores depósitos de minérios do mundo, um país que tem um território imenso (8,5 milhões de Km2) um clima favorável a 15ª economia mundial e conseguimos ter 70% da população em estado de miséria absoluta.
Cabe a nós e a nossos governantes a conscientização que é hora de construirmos uma nação, combater a violência não somente com o aumento de armamento nas policias, aumento de presídios etc, mas combatermos a violência que nossa sociedade comete contra parte dos brasileiros alijada de qualquer benefício social. Cabe a nós cristãos recordarmos as palavras do Papa João XXIII em sua Encíclica Pace in Terris quando claramente nos ensina:
“Faz-se mister, pois, que os poderes públicos se empenhem a fundo para que ao desenvolvimento econômico corresponda o progresso social e que, em proporção da eficiência do sistema produtivo, se desenvolvam os serviços essenciais, como: construção de estradas, transportes, comunicações, água potável, moradia, assistência sanitária condições idôneas para a vida religiosa e ambiente para o espairecimento do espírito. Também é necessário que se esforcem por proporcionar aos cidadãos todo um sistema de seguros e previdência, a fim de que não lhes venha a faltar o necessário para uma vida digna em caso de infortúnio, ou agravamento de responsabilidades familiares. A quantos sejam idôneos para o trabalho esteja facultado um emprego correspondente à sua capacidade. A remuneração do trabalho obedeça às normas da justiça e da eqüidade. Nas empresas permita-se aos trabalhadores operar com senso de responsabilidade”.
Desta forma devemos refletir sobre este tema e procurarmos trabalhar conscientemente para o real desenvolvimento de nossa sociedade, onde cada brasileiro seja respeitado em sua total integridade e isto tendo em vista que os governantes são escolhidos por nós em eleições livres e democráticas.


MENTORE CONTI

CAFÉ (tragédia secular)



Relendo Mário de Andrade poeta, escritor, ensaísta, folclorista que, participou e foi um dos organizadores do movimento modernista de 22, reli a peça de teatro em forma de poema “Café – tragédia secular”. Interessante como mesmo depois de meio século, este texto ao invés de representar um momento histórico, continua atual, provocando nossas consciências para o erro que cometemos, ou seja, nosso descaso com a administração do país e com a fome que nele existe.
Na estrutura do poema temos “O coral do queixume”, lembrando nosso habito de choramingas, o “madrigal do truco”, lembrando nosso dia-a-dia, onde queremos ser o que não somos e assim por diante.
Na metade do poema o autor nos traz a embolada da ferrugem, onde o deputado da ferrugem tece um comentário sobre a ferrugem na panela de cozinha do qual transcrevemos a primeira estrofe:

“Sobre a ferrugem
Das panelas de cozinha
Do país maior mistério
Diremos uma cousinha
O assunto é serio
Que as cozinheiras já rugem
Coléricas com a ferrugem
Das panelas de cozinha”


O poema continua com a mesma linha e na metade, um estivador da galeria grita: “praquê panela si não tem o que cozinhar!” (sic). O poema continua e no final se encerra com o hino a fonte da vida, falando da importância de se lutar pelo renascimento do Ser Humano.
Neste ponto devemos ponderar que nossa realidade não mudou nada, ainda temos neste pais um grande contingente de miseráveis, de pessoas alijadas de sua condição humana e que por final acabam invariavelmente ouvindo do governo sempre propostas inúteis e que não lhes ameniza em nada o problema. Este mesmo contingente de miseráveis quando se volta para nossa sociedade acaba encontrando na maior parte das vezes indiferença e preconceito.
Assim devemos nos perguntar como queremos ser um pais plenamente desenvolvido se ainda temos atitudes da década de 40, como ser um pais em evolução se muitas vezes querermos negar princípios conquistados não por nós mas pela humanidade como por exemplo “a declaração universal dos direitos do homem”.
Nossa sociedade deve se esforçar para dentro de parâmetros corretos, conduzir as políticas públicas, visando sempre em ultima analise verdadeiramente elevar a condição humana em nosso pais, abolindo o velho costume de governar e conduzir o pais visando somente o bem estar de poucos.

MENTORE CONTI

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O Momento Político

Vivemos no Brasil um momento perigoso para a política, pois os desgastes que sofrem as instituições podem dar margem ao surgimento de pessoas que arrogando-se o papel de líder podem ganhar a massa e atingir o poder. Esta possibilidade não é nada mais nada menos que a necessidade da qual Nicolau Machiavelli[i] diz dever existir para criar a ocasião de um individuo tornar-se príncipe de um povo.
Nos últimos meses o Congresso Nacional age ferindo padrões sociais e, ainda que estes atos estejam dentro das normas legais e dos regimentos em geral, politicamente criam um distanciamento propicio às idéias de supressão do poder legislativo como temos atualmente.
É comum ouvirmos que não há perigo real de um ato como este de supressão dos poderes ou implantação de ditaduras, mas se analisarmos a sociologia e a política, pode sim haver, por um mecanismo político a criação de uma estrutura diversa e oposta ao que temos. Neste aspecto a democracia não é o único regime político que contemporaneamente excluiria qualquer outro.
Basta lembrar para isto a revolução Iraniana do Aiatolás, que em 1979, tomou o poder substituindo um governo de modelo ocidental, por uma teocracia islâmica. Ou mesmo ultimamente na Venezuela, aonde Hugo Chavez, por eleições chega ao poder impondo-se como líder populista.
Ao analisarmos estes fatos e a evolução política em nosso país, percebemos que desde os primeiros tempos o executivo tem preponderância sobre o sistema legislativo. Para nossa população o único governo “visível” é o Executivo, pois ao falarmos em governo, nunca pensamos em Vereadores, Deputados Estaduais e Federais, pensamos em Prefeitos, Governadores e Presidente.
Assim diante deste quadro, não seria difícil um político que desejasse perpetuar-se no poder, utilizar da crise do legislativo como ponto para se impor como líder, atribuir os erros políticos ao Congresso Nacional e, com uma propaganda baseada em psicologia de massa, criar as bases de um neo-populismo.
Uma outra questão que devemos ter em mente é a doutrina ensinada por Nietzche em seu livro “Alem do Bem e do Mal”
[ii] onde o autor nos diz: “...aqui honras são prestadas à compaixão, à mão obsequiosa e auxiliadora, ao bom coração, à paciência, à aplicação à humildade, à amabilidade, pois são aqui as propriedades mais úteis e quase os únicos meios para suportar a pressão da existência.”
Oras, dentro destas linhas vemos, infelizmente que o atual presidente vem se apresentando dentro de determinados quadros de acontecimentos e com o comportamento necessário, segundo Machiavelli e Nietzche para tomar o poder em definitivo, alterando a estrutura do Estado a seu favor, se uma oposição consistente e seria não lhe desviar deste objetivo

Mentore conti, 2/10/07



[i] O Príncipe, Emus Editora, 11 edição, 1977, (com comentários de Napoleão Bonaparte), págs., 33..
[ii] Alem do Bem e do Mal, Editora Rideel, 1ª edição, 2005, pág., 218..

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A educação das crianças

Falemos hoje de uma questão que há algum tempo parece ter se tornado um hábito de nossas famílias. O hábito de empurrar a educação de nossos filhos e sobrinhos para os outros esquecendo o papel fundamental e básico do núcleo familiar. A família tem como papel fundamental à geração de filhos, contudo alem deste papel fundamental, outros papeis cabem e devem ser exercidos pelo núcleo familiar.
Entre estes papeis devemos lembrar a educação de um individuo que compreende não somente a fase escolar que vai dos 7 aos 25 anos em média, mas antes deste período, ou seja, do nascimento aos sete anos quando o papel educacional cabe a família, pois é nesta família que o individuo aprenderá a falar a se relacionar com outras pessoas a se inserir com a comunidade onde sua família mora etc.
Depois deste período a responsabilidade familiar não é excluída pela presença da educação escolar. Cabe a família paralelamente a escola continuar fiscalizando a formação da criança orientando-as para que, alem da educação escolar elas recebam uma formação sólida que permita ao indivíduo a desenvolver-se em sua plenitude.
Atualmente em nossa sociedade não é bem isto que presenciamos, deixamos a educação das crianças para o governo e esquecemos de nos preocupar com a formação educacional que cabe a família, da orientação cristã que devemos passar para uma sólida formação do individuo.
Neste sentido devemos nos perguntar que indivíduos estamos preparando para o amanha e que país teremos. Não basta darmos a uma criança um videogame, não são suficientes outros tipos de brinquedos.
Devemos como orientação às nossas famílias com relação a educação dos filhos, lembrar Santo Agostinho que com probidade nos ensina em seu livro A Virgindade Consagrada edição Paulinas, 1990 as págs 31 e 32 “por certo, o casamento apresenta seus bens próprios que consistem não só na procriação de filhos, mas também por havê-los gerado honesta, lícita ,casta e socialmente. Uma vez nascidos, os pais educam os filhos com toda a solicitude e empenho”.
Devemos nos preocupar com o que nossas crianças assistem em programas de televisão ou cinema, ver o que realmente existe de mensagens em programas de apresentadores simpáticos e sorridentes, mas que muitas vezes deturpam com o que é apresentado, os valores fundamentais necessários para um indivíduo.
O sistema escolar não é o suficiente para a educação de um individuo, a criança, vivendo em sociedade e em processo de interação social deve ser bem orientada pela família para que mesmo diante de erros que existem na sociedade, ela, criança possa, em seu desenvolvimento fazer as escolhas certas, sempre dentro de um correto comportamento e da orientação ensinada.


MENTORE CONTI