domingo, 18 de janeiro de 2015

HISTÓRIA DO REFRIGERANTE FANTA







O REFRIGERANTE FANTA
A marca de refrigerante Fanta que detém uma linha variada de produtos e pertence a Coca Cola Alemã, foi criada na Alemanha durante o período nazista entre 1941 e 1942.
Naquela época as sanções que Alemanha sofria impedindiam que a Coca-Cola continuasse sendo fabricada e o gerente de produção, então da empresa no país Max Keith, permite a criação de um novo produto na tentativa de evitar o fechamento da fábrica naquele na Alemanha, que então tinha um excelente potencial economico.
 Foi então que nasceu a ideia de criar um refrigerante novo que pudesse ser fabricado com os produtos que estivessem à disposição do país, principalmente tendo em vista a sobra de produtos de outros alimentos, já que era período de guerra e apresar do potencial enconomico, a escassez de alimentos já era sentida na Alemanha de então.
 A ideia era usar desde fibra de maçã resíduo da fabricação da sidra ou até mesmo o soro do leite.
  Na época a indústria da coca cola alemã realizou um concurso para que criar o nome da nova bebida e os funcionários da fábrica alemã sugeriram de início a palavra fantasia em alemão Fantasie. Com o resultado da escolha de Fantasie, surgiu a palavra Fanta, abreviação de Fantasie e esta abreviação do nome foi rapidamente adotada.
A primeira linha, segundo consta, tinha cor amarela e leve sabor de maçã feita de fibra de maçã comprados de uma fábrica de produção de sidra, houve também a adição de soro de leite.
 Aliás esta Alemanha dos anos 40 era a prática que as indústrias trabalhassem assim.  Depois da recessão de 1933 a ideia de trabalhar com produtos reutilizados era muito forte e a Fanta não deixou de seguir essa linha.
 Depois da guerra a marca Fanta foi usada para que a coca cola não perdesse seu registro e em 1955, na fábrica de Nápoles na Itália o refrigerante ganhou o gosto laranja mundialmente conhecido. O mais famoso deles!!
 Em 1958 o produto foi introduzido no Japão com sucesso e foi conquistando o mundo chegando nos Estados Unidos da América neste mesmo ano,
 Foi somente em 1963 de maio que empresa autorizou a criação da companhia de bebidas Fanta como uma divisão da Coca Cola Company.
 Na época a linha era composta pelos sabores laranja, uva, lima limão e gengibre além da versão Light do refrigerante.
 Nos anos 80 a Fanta ganhou novos mercados em Portugal e nos últimos anos também é lançada a Fanta Discovery, com a laranja vermelha chinesa e a laranja mix (laranja com tangerina).
 A Fanta foi introduzida no Brasil em 1964 com o sabor laranja e de lá para cá as demais versões foram lançadas também aqui, às vezes em edições limitadas.

A GARRAFA
A garrafa usada pela TCCEC - The Coca-Cola Export. Corporation - para distribuição de FANTA era uma garrafa de parede reta criada na Alemanha, que exibia uma versão do logotipo também desenvolvida no país. Em 1955, o Sr. Lee Talley, então presidente da TCCEC, solicitou ajuda para o desenvolvimento de um novo desenho de garrafa ao Comitê de Embalagem da The Coca-Cola Company, que por sua vez apresentou um pedido a Raymond Loewy. Ele submeteu entre 25 e 30 desenhos diferentes para a garrafa e também para o logotipo. A garrafa tinha que ter a mesma altura e o mesmo diâmetro da garrafa da Coca-Cola, mas não poderia apresentar qualquer semelhança com esta.
Por isso, nada de curvas. A garrafa era sombreada com pontinhos, cuja finalidade era lhe conferir o aspecto de gelada. Logo após seu lançamento no mercado interno, seguiram-se pequenas mudanças, inclusive a eliminação do pontilhado no gargalo e a remoção do anel horizontal inferior. A garrafa de FANTA foi disponibilizada para todos os fabricantes da empresa em 1960. O primeiro tamanho lançado foi o de 7 onças, surgindo posteriormente outros como 10, 12, e 26 onças.
No decorrer dos anos a garrafa de FANTA, que se tornou um dos principais ícones de reconhecimento da marca, foi sendo modernizada. Depois de utilizar vidro nas cores âmbar e verde, a marca adotou o vidro transparente em seu último design, que ganhou curvas acentuadas.
 Durante a sua trajetória com mercadoria o logotipo da Fanta foi modernizado também. Além da mudança da garrafa ganhando um design arrojado foi criado novo logotipo alinhado com o público adolescente principal alvo da marca.
 Em um rápido exemplo, lembramos que quando a Fanta surgiu na Alemanha o logotipo era em cor preta passando em 55 para cor azul claro e finalmente em 1972 a marca apresentou uma nova identidade visual tipografia de letra mais moderno com pequenas laranjas em cima da letra N.
O refrigerante está presente em 187 países e disponível em 92 sabores diferentes, sendo a terceira marca da The Coca-Cola Company em volume de vendas no mundo e a segunda marca da empresa na filial do Brasil, seu maior mercado consumidor.
Talvez isso explique porque a quantidade de suco natural da bebida aqui seja a maior do mundo (10%). Em alguns países a concentração de suco na bebida é de apenas 2%.
 O consumo diário da bebida é de 130 milhões unidades por dia no mundo inteiro.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa, revistas (BusinessWeek, Época Negócios, Embalagem Marca e Isto é Dinheiro), jornais (Valor Econômico e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo Marketing), Wikipedia.



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

ATENTADOS EM PARIS







Passados alguns dias do atentado à revista francesa Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos, e depois o tiroteio contra sequestradores mulçumanos a 40 km de Paris, em Dammartin-en-Goële, não pode ser considerado apenas como o resultado de uma guerra santa quer o Islã quer travar contra o ocidente Cristão.
Na realidade não é de hoje que o terrorismo do oriente médio e do norte da África faz vítimas na Europa. Lembremos aqui o atentado à vila olímpica nas olimpíadas de Munique, Alemanha na manhã do dia 5 de setembro de 1972, oito terroristas do grupo palestino Setembro Negro invadiram as acomodações dos atletas israelenses em Munique e mataram dois esportistas a sangue-frio e depois no final da ação nove reféns israelenses, cinco terroristas palestinos e um policial haviam sido mortos.
No final da década de 80, por uma semana mais precisamente em 17 de setembro de 1986, também em Paris, um atentado a bomba numa loja matou sete pessoas e deixou 55 feridas. Em cerca de um ano, a cidade foi alvo de 15 atentados, todos de autoria da rede terrorista pró-Irã de Fouad Ali Saleh. No total, 13 pessoas foram mortas e 303 feridas.
Diga-se de passagem que muitos destes terroristas de então tinham apoio de Nelson Rolihlahla Mandela ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993 (?) e que em seu país promoveu atentados, como se acha em sites do continente africano.
Mas porque estes atentados tanto na França, como na Alemanha e mesmo na Itália? A resposta não é tão difícil.
Há muitos anos, mesmo antes da guerra-fria, os países europeus desenvolvem atividades militares no oriente médio, em uma geopolítica que ora, busca controlar o petróleo, ora busca controlar a expansão mulçumana, como na questão do Irã.
Entre os países que participam desta “Força de Paz”, da Otan Organização do Tratado do Atlântico norte estão a França e a Itália e, que, por consequência uma vez ou outra sofrem com os atentados.
Na realidade o que ocorre é que nos dias de hoje, navegando nas redes sociais, esquecemos que o mundo não é cor-de-rosa e nem se resume a mandar uma foto um post de um belo pôr do sol a alguém que temos em nossa página.
Atentados como estes vem nos alertar de que de tempos imemoriais vivemos em situação de tensão entre as nações, por vários interesses, e que uma vez ou outra, ocorre um ato onde a política não consegue compor os conflitos que desaguam em algum atentado, ou guerra.
Não podemos perder de vista nesta questão, sem esgotar o assunto sobre os motivos de um atentado como o contra a revista francesa, que um atentado terrorista não é apenas uma vingança religiosa, como a primeira vista parece, mas sim um alerta, um protesto contra algum ato quer o pais vítima do atentado praticou contra o terrorista e sua nação.



domingo, 11 de janeiro de 2015

TENTATIVA DE CENSURA A MONTEIRO LOBATO



A próxima Ministra da Igualdade Racial Nilda Gomes, foi a autora do parecer do Conselho Nacional de Educação sobre a obra de Monteiro Lobato Caçadas de Pedrinho que definia este livro, como uma obra racista. Em recente decisão Luiz Fux Ministro do Supremo Tribunal Federal rejeitou o mandado de segurança da advocacia racial que pedia a retirada do livro da lista de leitura obrigatória da escola pública.
Na realidade a questão da censura ao livro Caçadas de Pedrinho de monteiro lobato não reside tanto na questão racial, é que muitos leitores não se lembram mais do texto de Monteiro Lobato.
Nesse texto a turma do sítio do pica-pau amarelo fica sabendo da fuga de um rinoceronte de um circo e acaba defendendo o rinoceronte de todo o grupo de pessoas que queria caça-lo.
Neste livro o governo criou o Departamento Nacional de Caça ao Rinoceronte, um ministério que só fazia trapalhadas e durante a narrativa Monteiro Lobato escreve que o governo não passa de um grupo de pessoas que só faz trapalhadas.
 Portanto a ideia de censurar o livro não é porque ele tem cunho racista, mas sim porque o livro mostra que muitas vezes os órgãos do governo brasileiro são órgãos inúteis. Ineficientes cheios de pessoas que não sabem fazer coisa com coisa.
 Este é um livro que todo brasileiro deveria ler antes de votar em uma eleição. Daí a ideia de proibi-lo. Se for realmente lido pelas crianças, futuros eleitores, muitos políticos de hoje não teriam mais voto. Muitos administradores de hoje poderiam ser banidos por eleitores exigentes.
 A ideia da obra infantil de monteiro lobato é fazer um cidadão consciente através da conscientização da criança.
Infelizmente a obra de Monteiro Lobato não é mais divulgada com intensidade hoje em dia. Os conceitos que ele passa através dos livros infantis são os mesmos que ele passava nos livros para os adultos.
Claro que o estilo ácido de Monteiro Lobato faz com que qualquer governo incompetente tenha medo do seu texto e use, a desculpa de preconceito racial um motivo para tolher o livro deste autor das  estantes das livrarias das escolas, ou onde este livro possa causar perigo à incompetência existente.
 ***
“Fazia dois meses que o governo se preocupava seriamente com o caso do rinoceronte fugido havendo organizado o belo Departamento Nacional de Caça ao Rinoceronte com um importante chefe geral de serviço que ganhava três contos por mês é mais doze auxiliares com conto e seiscentos cada afora grande número de datilografas e “encostados”. Essa gente perderia o emprego animal fosse encontrado” (de Caçadas de Pedrinho)




A boneca Emilia, na obra de Monteiro Lobato para alguns críticos é a Voz do próprio autor, qoe diz o que pensa sem temar as consequencias do que fala

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

BETTY BOOP





Betty Boop é uma personagem de desenho animado que apareceu nas séries de filmes Talkartoons e Betty Boop, produzidas por Max Fleischer e distribuídas pela Paramount Pictures em 19311 . Hoje, Betty é considerada uma das personagens dos desenhos animados mais conhecidos do mundo e considerada a rainha dos desenhos animados da década de 1930.
Betty tinha um jeito de garota independente e provocadora, sempre com as pernas de fora, exibindo uma cinta-liga. Foi em 1930 que a personagem imigrante judaica começou sua "carreira", em Dizzy Dishes, espelhando-se nas divas desta década, ao som de muito jazz (Big Bands). Mas Betty Boop ficou famosa mesmo quando interpretou "Boop-Oop-a Doop-Girl", de Helen Kane, e, enfim, entrou para a história, participando de mais de 100 animações. No Brasil, Betty foi dublada por Lina Rossana.

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Origens
Betty Boop fez sua primeira aparição em 9 de agosto de 1930, em Dizzy Dishes , o sexto na série Talkartoon de Fleischer. Embora a atriz Clara Bow seja como o modelo para Betty, ela realmente começou como uma caricatura da cantora Helen Kane. Em sua primeira aparição, a personagem foi criada originalmente como uma espécie de um poodle francês humanóide. Após sua primeira aparição, Betty Boop foi redesenhada como uma personagem humana em 1932, no desenho Any Rags. Suas orelhas moles de poodle se tornaram brincos de argola, e seu nariz preto canino passou a ser nariz humano. Betty Boop apareceu como um personagem coadjuvante em 10 desenhos animados como uma garota flapper, ou seja, uma garota toda arrumada vestindo saia curta.
Durante as primeiras aparições, a voz de Betty foi feita pela Margie Hines. Além desta, a voz da Betty foi feita por várias atrizes, que incluem Kate Wright, Bonnie Poe, Ann Rothschild (também conhecida como Little Ann Little), entre outras. A voz mais conhecida de Boop foi Mae Questel, que a interpretou em vários curtas, desde 1931 até 1938, e também fez a voz da personagem no filme Uma cilada para Roger Rabbit em 1988 e no filme do Gato Félix, em 1991. Hoje em dia, durante os comericiais, sua voz é feita pelas atrizes Cindy Robinson, Sandy Fox, Cheryl Chase e Tara Strong. Em 1932, Betty Boop ganhou seu papel e seu próprio desenho no curta Stopping the Show, onde ela aparece como protagonista.
Polêmica
Em seus primeiros curtas a personagem ia além dos padrões da sociedade nos anos 30, pois suas saias eram muito curtos e mostravam suas pernas inteiras sem nada para cobrir. Em várias cenas mostravam a personagem só com suas roupas intimas e cenas que pareciam que ela estava sendo estuprada
HA! HA! HA!
O episódio de 1934, HA! HA! HA!, fez muita polêmica na época de seu lançamento, pois na história Betty têm que arrancar o dente do palhaço Koko e para acalmar ele, decide usar o gás hilariante, porém o gás se espalha pela cidade inteira fazendo todos rirem. Esse episódio foi acusado de promover o uso de drogas e foi censurado no país.
Código de produção 1934
Em 1934, os curtas-metragens de Betty Boop sofreram alterações devido ao código de produção que censurou algumas características, porque antes, os curtas-metragem eram direcionados para o público adulto.
Desde o dia 1º de julho de 1934, o código de produção sugeriu que Max Fleischer alterasse as características dos seus desenhos e a aparência da personagem. Desde então, Betty deixou de usar roupas muito curtas e passou a vestir um vestido, ou qualquer roupas que cobriam seu corpo até o pescoço, inclusive que seu cabelos passou a ter menos rolos. Betty se tornou uma solteira politicamente correta, possuindo uma personalidade mais responsável e mais séria. O código não permitia que a personagem e um cão chamado Bimbo tivessem uma relação amorosa, que seria considerado zoofilia, pois no curta Betty Boop's Little Pal (1934) Betty passou a ter uma cachorro comum chamado "Pudgy" como seu animal de estimação. Desde então, seus curtas passaram a ter histórias centradas para o público infantil.
Em 1939, a produção dos curtas-metragens de Betty Boop foram encerradas, pois sua última aparição foi no curta "Rhythm on the Reservation".



sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

ACESSE CRÔNICA E ARTE

Não perca em Crônica e Arte, líder da Coreia do Norte quer e propõe fazer acordo com a Coréia do sul e também ainda no site a história de Betty Boop personagem de desenho animado que causou euforia na década de 30 nos Estados Unidos da América clique no site:
Cronica e Arte

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

M - O Vampiro de Dusseldorf

O cineasta alemão que negou emprego do próprio Hitler criou sua maior obra-prima em 1931, com M – O Vampiro de Dusseldorf. É verdade que cinco anos antes, em 1926, Fritz Lang dirigiu com maestria técnica o futurista Metrópolis, mas é com M que o mesmo diretor chegou ao que considero sua perfeição. Inspirado claramente pelo Expressionismo Alemão (tendência artística inspirada no temor ao desconhecido e ao sobrenatural), cujos primeiros exemplos no cinema são filmes como O Gabinete do Dr. Caligari e Nosferatu, M possui uma fotografia característica do movimento, cheia de sombras e escuridão, e personagens misteriosos, além de momentos aterrorizantes. O filme envelheceu um pouco, é verdade, mas ainda pode ser considerado uma obra-prima magistral, das maiores que o cinema já viu.
M é reconhecido hoje como o primeiro grande filme da cinemateca alemã. Originalmente, seria chamado de The Murders are Among Us ("Os Assassinos estão Entre Nós"), o que poderia ser considerada uma referência a um grupo Nazista da época. Com medo de que reconhecessem tal referência, Fritz Lang acabou alterando o título para “M”, da palavra Murders. O filme foi baseado em um caso verídico, do assassino em série Peter Kuerten, na mesma cidade de Dusseldorf do filme, embora o roteiro tenha muitos elementos fictícios, e fala sobre um infanticida que vem aterrorizando as mães daquela cidade (o assassino original não matava crianças). O criminoso põe toda a força policial e toda a população em alerta, e começa a ser caçado intensamente, a ponto de chegar a atrapalhar os negócios da máfia local, que passa a procurá-lo sem parar também.
O filme é sensacional também no uso do som, possuindo uma linguagem muito a frente de seu tempo. Lang foi um dos primeiros cineastas a utilizar o som para ajudar a contar a história além do que mostram as imagens. Frame parado, imagem suspensa, e o som continua contando a história. Dessa forma foram criados momentos de suspense e tensão inacreditáveis, como na cena em que o assassino, acuado como um rato por seus perseguidores em um canto escuro (imagem parada em sua expressão de medo) ouve o som deles cada vez mais alto, e sabe que será inevitavelmente descoberto. O uso da música In the Hall of the Mountain King, como marca registrada do assassino, que a assobia enquanto anda calmamente pelas ruas, também ajuda a criar um clima de suspense maravilhoso.
M, embora não seja tecnicamente tão impressionante como Metrópolis (na realidade é melhor, mas apenas por causa da evolução natural do cinema, mas relativamente falando não é tão revolucionário quanto), é mais interessante em termos de narrativa, que aqui poucas vezes fica monótona (característica comum em Metrópolis, por mais que os críticos em geral o idolatrem). É a utilização da técnica aliada a uma história de conteúdo importante. Sobretudo o personagem de Peter Lorre, o assassino, que aparece apenas com destaque na segunda metade do filme, é multidimensional e completo. Os olhos do ator, atormentados na cena final, produzem um dos melhores momentos do filme, para não dizer de todos os tempos no cinema, sem exageros. É um momento único e forte, que retrata toda a personalidade ambígua do personagem. Um dos assassinos mais interessantes do cinema: perigoso e ingênuo, medroso, ao mesmo tempo.
Como em Metrópolis, novamente o ser humano e suas emoções são o ponto de suporte da história de um filme de Fritz Lang. O diretor retrata o pior do ser humano: sua hipocrisia, arrogância, como o assassino que acaba julgando o assassino, ou a acusação da lei do homem com suas falhas óbvias que deixam assassinos soltos, com a desculpa de que problemas mentais os deixam irresponsáveis pelos seus atos (de qualquer forma, a lei do homem não traz as vítimas de volta, como constata a mãe na maravilhosa e tocante cena final). Seria o personagem de Lorre realmente um doente mental, ou seu comportamento é apenas um artifício para tentar se livrar da pena de morte? A carta que escreve aos jornais dá indícios de que ele faz isso deliberadamente, por exemplo, embora essa questão seja duvidosa.
Independente de questões sobre a perfeição (ou não) do roteiro, M é sim um filme completo. Além do clima de suspense, promovido evidentemente pela linguagem visual e pelo seu próprio tema sinistro, das maravilhosas interpretações (fora a figura do assassino, o filme não tem outro personagem forte: todos os coadjuvantes têm sua importância para contar a história), do estudo do comportamento humano, sobra ainda espaço para o humor, obviamente que de forma leve, quase invisível. Toda a cena em que os perseguidores da máfia perseguem o personagem de Lorre na fábrica vazia é uma grande piada, no bom sentido. Pelo menos pode ser vista desse jeito. Lá estão os 10 patetas (ou seja lá qual quantidade de pessoas for) tentando caçar um rato das formas mais absurdas possíveis, para não serem descobertos. E quando um deles é capturado pela polícia, momentos depois, a cena do interrogatório pode ser considerada no mínimo irônica: o gato virou o rato.
Fritz Lang, a frente do seu tempo, já acabara prevendo, de forma bem sutil, os problemas que o Nazismo traria para o mundo. M serve, porque não, como uma crítica sutil (não literal) a esse regime ditatorial que, anos mais tarde, aterrorizaria meio mundo. O diretor acabou sendo banido do seu próprio país, indo parar em Hollywood, onde fez alguns ótimos filmes, como o noir Os Corruptos, de 1953, considerado um dos melhores do gênero naquela década. Mesmo assim nunca conseguiu igualar novamente M. Clássico absoluto e necessário para se entender melhor esse cineasta dos mais importantes. Mais de sete décadas depois, seu filme ainda permanece impressionante.
(Por Alexandre Koball)