No filme “Ladrões de Bicicleta”
de Vitório de Sica, Itália 1948, a cena final mostra bem o que nossa sociedade
faz com as crianças, ainda hoje.
Na cena final, depois
de ter roubada sua bicicleta e perceber que o roubo ficaria impune, o personagem
principal, por precisar de uma bicicleta, em frente a um estádio furta ele também
uma bicicleta.
A cena é muito sugestiva,
antes do furto o filho do personagem principal quase é atropelado por seguir o
pai e, o pai, depois de ver a impunidade do furto que sofrera, próximo a uma multidão,
(o estádio), rouba a bicicleta e acaba sendo pego.
O filho que neste
momento percebe a gravidade da cena e o pai sendo preso, corre e em lagrimas
grita papai papai. Diante disto desistem de prender o pai do menino.
Ele também agora sai
impune, mas a criança o acompanha e chora com um rosto que expressa desilusão.
Caros ouvintes, de fato
nossa sociedade a cada passo cria cenas que põe em cheque a formação das
crianças, muitos pais, diante de uma sociedade permissiva e de impunidade como
a nossa agem, sabendo que nadas lhes acontecerá, mas não percebem o estrago que
fazem.
Aos filhos a quem os
pais são exemplo, acabam se desiludindo com a atitude dos adultos, com o mau
exemplo deles pais. Sem referencia estas crianças acreditarão em quem?
No filme os dois pai e
filho, entram numa multidão e desaparecem, sem nome sem rosto. Hoje também,
depois de serem maus exemplos para as crianças, adultos e crianças, acabam sem
rosto, sem nome.
Crianças que diante de
um mau exemplo paterno acabam, em meio a uma sociedade como apenas mais um
individuo, sem nome, sem referencias, sem um objetivo certo, sem vislumbrar um
futuro.
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