quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O Socialismo de Chavez

(foto: Imagem de Greve geral na Venezuela)

O Governo Venezuelano de Hugo Chavez vem pregando a construção de um socialismo, como se este sistema fosse a solução para todos os males sociais. Na realidade o Socialismo, alem da aparência romântica de resgate social dos mais pobres, não representa solução social alguma, dando margem ao aparecimento de regimes ditatoriais a exemplo do Stalinismo, do Nacional Socialismo, ou o Fascismo.
Atualmente pouco se fala da origem do fascismo e por isto estas afirmações parecem estranhas, no entanto basta lembrar que Benito Mussolini na Itália, até o Ano de 1923, de professor que era virou militante no Partido Socialista Italiano e foi fundador de inúmeras sedes do PSI em cidades vizinhas a Milão. Quando Mussolini rompe com o PSI, no qual fora inclusive diretor do Jornal Avante, funda o partido Fascista, usando da base de ideologia socialista e adicionando à esta base uma idolatria do Estado e seu chefe político, com máximas como “ninguém acima do Estado”, ninguém contra o Estado” e ninguém fora do Estado, criando ainda o principio, sempre baseado numa doutrina social, de que toda a Ética provem do Estado.
Quanto ao Nacional Socialismo Alemão (nazismo), este regime incorporou a doutrina de Mussolini em sua linha socialista. Por isto não podemos estranhar que estes regimes historicamente caminham com uma proximidade grande, um com o outro quando governam um Estado.
O presidente Hugo Chavez, portanto ao colocar-se como caudilho, imitando Bolívar, e ao se colocar como redentor da Venezuela, esta criando para si um sistema político semelhante ao fascismo que quis criticar durante a XVII Cúpula ibero-americana no Chile no mês de Novembro de 2007, ainda que chame seu regime de socialista ou coisa que o valha.
O encanto que a bandeira do socialismo causa na massa é derivado do fato da luta pela justiça social, divisão de riquezas, fim de desigualdade etc., mas, a parte este entusiasmo, o socialismo é um regime político inviável por sua essência, como veremos a seguir.
Na realidade devemos lembrar que quem primeiro escreve sobre comunismo é Thomas Morus (1478- 1535), narrando sobre uma sociedade igualitária na ilha de utopia, daí existir o termo comunismo utópico e nesta ilha, a sociedade teria uma estrutura perfeita. Oras, se este tipo de sociedade jamais existiu, tem servido como um ideal a ser buscado, por muitas pessoas.
Já quando Marx formula sua teoria sobre o comunismo cientifico e em 1917 quando advém a revolução russa, a noção de um comunismo utópico influenciou muitos idealistas, que na realidade acabaram e acabam não distinguindo aquela utopia de S Tomas Morus, com o Socialismo cientifico e o marxismo-leninismo implantado na Rússia.
Notemos então que toda vez que se fala em comunismo, sempre vem a bandeira da construção de uma utopia, esquecendo-se as pessoas a distancia que há entre o texto de Thomas Morus e o de Marx, ou seja, entre a utopia e as realidades da direção tomada pelos movimentos comunistas na pratica.
É comum até mesmo clérigos, esquecerem a diferença entre as duas linhas, e mesmo diante de um socialismo cientifico ateu, empolgarem-se e então criar uma aproximação errônea entre comunismo e religião, como ocorreu com a Teologia da libertação no catolicismo, por exemplo.
Quanto ao Socialismo cientifico implantado nas sociedades o Papa Pio XI em sua Carta Encíclica de 1937 “Divini Redemptoris” nos ensina que “a doutrina comunista que em nossos dias se apregoa, de modo muito mais acentuado que outros sistemas semelhantes do passado, apresenta-se sob a máscara de redenção dos humildes. E um pseudo-ideal de justiça, de igualdade e de fraternidade universal no trabalho de tal modo impregna toda a sua doutrina e toda a sua atividade dum misticismo hipócrita, que as multidões seduzidas por promessas falazes e como que estimuladas por um contágio violentíssimo lhes comunica um ardor e entusiasmo irreprimível, o que é muito mais fácil em nossos dias, em que a pouco eqüitativa repartição dos bens deste mundo dá como conseqüência a miséria anormal de muitos.” E acrescenta ainda o Santo Padre “É também de notar que o comunismo reconhece igualmente à coletividade o direito, ou antes a arbitrariedade quase ilimitada, de sujeitar os indivíduos ao jugo do trabalho coletivo, sem a menor consideração do seu bem-estar pessoal; mais ainda, o direito de os forçar contra a sua vontade e até pela violência. E nesta sociedade comunista proclamam que tanto a moral como a ordem jurídica não brotam de outra fonte mais do que do sistema econômico do tempo o que, por conseguinte, de sua natureza são valores terrestres transitórios e mudáveis.”
Na mesma encíclica o Santo Padre nos alerta para o silencio da imprensa frente aos horrores praticados por regimes comunistas e por tudo isto, vemos o quão atual é esta encíclica escrita há setenta anos atrás.
Um outro ponto que devemos lembrar é que o comunismo acaba com a noção de propriedade privada, fim da propriedade privada esta que tira o estimulo de um individuo progredir socialmente e impede até mesmo o ato de auxilio ao próximo, pois como nos lembra Aristóteles (384-322 a.C) em seu livro “ A Política” “para alguém dar um auxilio, é antes necessário ter.”
Assim vemos que tanto o Socialismo alardeado pelo Sr. Hugo Chavez da Venezuela, bem como os regimes derivados desta doutrina (nazismo e fascismo), acabam se degenerando, quando implantados, em uma fonte de injustiça, negando ao homem a sua individualidade como Ser Humano.

MENTORE CONTI

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