domingo, 3 de agosto de 2008

Os Movimentos Sociais

O movimento dos “Sem-Terras” realizou no ultimo dia 13 de maio, mais uma invasão de propriedade. Desta vez a invasão ocorreu na ferrovia de Carajás no Estado do Pará, na qual é escoado minério de ferro extraído na região.
A noticia traz um fato que infelizmente tem se tornado rotineiro, onde este movimento que, ao menos surgiu com a idéia de atuar em prol de camponeses sem propriedades, tem escolhido uma atitude de não respeitar as leis vigentes no pais. Ainda que concordemos com a defesa de pessoas que precisam de trabalho no campo, jamais poderemos tolerar que um movimento de qualquer denominação atue como vem ocorrendo no caso dos “sem-terra”.
Esta atitude complacente que muitas vezes sentimos de vários níveis de governo, com os Sem-Terra, acaba gerando uma questão que não pode passar em branco. A quem interessaria a atuação deste movimento? Porque não atuar como já se fez anteriormente no país, impedindo atos violentos de movimentos sociais?
Na realidade atrás desta atitude tolerante e benévola de vários governos com estes movimentos, pode estar escondida alguma aliança entre o movimento e um líder político para a tomada de poder. Existe no estudo de política o que podemos chamar movimentos de massa, que podem ser controlados através métodos sociológicos com formação de lideranças.
Nesta linha devemos lembrar dois movimentos que poderiam servir de base para atuação de lideres que venham surgir. O primeiro a Coluna Prestes, que pretendia, nos anos 20 tomar o poder por meio da luta armada. Chefiada por Luiz Carlos Prestes e Miguel Costa este movimento de cunho político-militar e de origem tenentista, lutou de 1925 e 1927 e se deslocou para interior do país pregando reformas políticas e sociais. O segundo é a revolução chinesa, onde Mao Tse Tung, nos anos 30, forma um exercito, que depois de alguns anos o levaria a tomar o poder. Este exercito composto por camponeses e operários, tinha laços estreitos com os habitantes do campo, incluindo a possibilidade de ajudar no trabalho agrícola.
Depois de uma longa retirada, na luta travada contra os nacionalistas de Chiang kai-shek (1934-1935) que ficou conhecida como a grande marcha e de lutar contra os japoneses que tinham invadido a Manchúria (Nordeste da China), os comunistas conquistam o poder em 1949 com a proclamação por Mao Tse Tung da formação da República Popular Chinesa.
Desta forma estes movimentos, ainda que aparentemente de cunho somente social, devem ser acompanhados não apenas com uma visão de ajudar seus integrantes, aparentemente vítimas de um sistema, mas de saber se continuam numa linha da legalidade ou se por algum motivo estão sendo utilizados para uma futura tomada de poder e neste caso, impedir esta utilização.

MENTORE CONTI

(publicado na revista Ranking Social de Maio/08)

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