domingo, 30 de março de 2014

O GOLPE DE 1964

Neste dia 31 de março, mais precisamente no dia primeiro de abril, se comemora  50 anos da tomada do poder por um grupo de políticos e militares, que, com apoio americano derrubaram o governo de João Goulart.
Ainda existem personagens vivos desta época, portanto muitas vezes se desenha um quadro irreal, atribuindo aos militares um papel de destaque que nem sempre tiveram, durante este período.
Alguns fatores ocorreram que fizeram com que João Goulart perdesse o prestigio no cargo e que o resultado desaguasse no golpe. Jaó Goulart assume o poder com a renuncia de Janio da Silva Quadros, que depois de governar sete meses renunciou.
A posse de João Goulart não foi tranquila, herdeiro da política de Getulio Vargas, João Goulart não era bem visto por alguns setores  da sociedade e na política de Janio de abrir dialogo com países não aliados dos Estadunidenses, Goulart estava em visita na China Comunista, quando veio a renuncia de Janio.
Os militares e alas conservadoras da política nacional quiseram impedir a posse de Goulart e, neste ponto seu cunhado Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul toma armas, e com o uso da Radio Guaiba, cria a rede da legalidade. O palácio do governo em Porto Alegre fica cercado.
Com João Goulart  Tancredo Neves consegue encontrar uma saída, aprovar o parlamentarismo, assim Jango, como era chamado João Goulart, pode finalmente assumir o cargo  no dia 7 de setembro de 1962 no dia 2 de setembro de 1961, com o acordo ebtre Tancredo e oposição a Jango o sistema parlamentarista foi aprovado pelo Congresso Nacional. Tancredo Neves, do PSD de Minas Gerais, ministro do governo Vargas, tornou-se primeiro-ministro.
Jango começa seu governo, mas rapidamente começa a buscar que volte o sistema presidencialista para que seu poder aumente novamente. Em 6 de janeiro de 63 o presidencialismo ganho em um plebiscito realizado. A situação de Jango não é confortável, e neste sentido Abelardo Jurema dirá mais tarde em seu livro “Juscelino & Jango PSD & PTB”: “Sempre Considerei como chefes do movimento anti-jango os Governadores Adhemar de Barros e Carlos Lacerda. Sem eles não teria havido a preparação revolucionaria, a agitação nas ruas com “passeatas cristãs”, nem tão pouco recursos para as coberturas das idas e vindas de emissários secretos as diferentes regiões do pais. Também não haveria os meios para a cobertura de despesas, como a de comprar armas. Os empréstimos americanos feitos aos dois Governadores, alicerçaram-nos para uma vigorosa empreitada.
Carlos Lacerda com sua invulgar capacidade de arregimentação de massas comovia grande parte da população. Adhemar de Barros proclamava pela televisão que tinha 60 mil homens em armas para lançar  contra Jango.
Abelardo Jurema que era Ministro da Justiça de João Goulart, disse que em realidade Jango jamais acreditou na radicalização que tomou conta da revolução de 1964.
Na realidade é um grande erro hoje dizer e generalizar que todo o exercito era favorável ao golpe de 1964. Existiam então militares que eram pró João Goulart e também militares que eram de linha comunista.
Eu, como professor de história lembro sempre que o PCB foi criado dentro do movimento tenentista em 1922 e em 1964, havia sim militares comunistas, como se percebe da deserção de Lamarca e como foi confirmado a mim por um dos integrantes da reunião de marinheiros que ocorreu às vésperas do Golpe no Sindicato dos metalúrgicos do Rio de Janeiro.
Os marinheiros estavam de prontidão para reagir aos golpistas quando o comando mandou entregar armas sob pena de ocorrer um massacre.
Fazendo este parênteses por assim dizer vemos que a parte do exercito que estava ao lado do golpe, tinha a visão de que o Brasil caminhava para uma republica de um partido único  e um sistema sindicalista.
Por causa disto aderiu ao movimento dos governadores Adhemar de Barros e Carlos Lacerda, segundo o General de Exercito Aurélio de Lyra Tavares, no seu livro “O Brasil de Minha Geração” o ano de 1963 se encerrara quanto já tudo parecia perdido. As forças armadas sentiam ante o clamor dos apelos que recebiam a angustia que pesava sobre as forças vivas da sociedade.
Este autor cita as criticas que sofriam os chefes militares de maior expressão então por parte dos sindicalistas e o autor nos escreve: “como sempre ocorre no processo de comunização, marchava o pais para o regime unipartidario, para uma espécie de republica sindical, com as forças armadas prestes a serem constituídas, depois de expurgos necessários e sucessivos, apenas de operários e soldados, todos igualmente catequizados ou compelidos, pela drástica disciplina, a cumprirem, com fanatismo e superveniência, à maneira do nazismo, os mandamentos incluídos no catecismo do chamado Partido do Povo.”.
É diante deste quadro que,  vendo a proximidade da esquerda brasileira ao governo João Goulart, vendo a disciplina dos quartéis sendo abalada pela  linha imposta pelo governo, que políticos e militares se unem e com apoio Estadunidense, no dia 31 de março de 1964 inicial o golpe que em poucas horas, já na manha de primeiro de abril tomará o poder no pais.
 Nos dias que antecederam ao golpe, ocorreu uma intensa movimentação de políticos e generais, como o encontro entre Magalhaes Pinto, os generais Olímpio mourão filho, Carlos Luis Guedes Marechal Denys e o Comandante das Forças Estaduais de Minas.
É depois que João Goulart irradia seu discurso aos Sargentos e que o General de Divisão  Olympio Mourão Filho resolve enviar suas tropas  para atacar o governo. Neste ponto se deflagrou o golpe. No dia 4 de abril de 1964, num acordo de governadores, em uma reunião onde sete governadores compareceram: Carlos Lacerda da Guanabara Ildo Menegheti, do Rio grande do Sul, Adhemar de Barros, de São Paulo, Magalhães Pinto de Minas Gerais, Fernando Correia da Costa de Mato Grosso, Nei Braga do Paraná e Mauro Borges de Goiás, e conversaram com Costa e Silva que se colocara como Comandante  em chefe das forças revolucionarias.
Todos a favor de uma eleição imediata pelo congresso ao contrario de uma junta governativa por 30 dias, uma acalorada discussão ocorre entre Costa e Silva e Lacerda e  na sequencia dos fatos, Castelo Branco é colocado como Presidente como queriam os governadores então.

Bibliografia:
General A. de Lyra Tavares, O Brasil de Minha Geração, Biblioteca do Exercito Editora, 1977
Abelardo Jurema, Juscelino & Jango PSD & PTB”, editora artenova, 1979.

John W F Dulles, Castelo Branco O Caminho para a presidência, livraria José Olympio 1979-

sexta-feira, 21 de março de 2014

SOBRE O OUTONO

Estamos na estação do outono que conta com temperatura mais amena e com o fim, neste região, ao menos oficialmente do período de chuvas. No verão aqui no sudeste apresenta uma maior quantidade de chuvas resultado da posição geográfica que temos. Segundo o site da ipmet Instituto de pesquisas metrológicas da UNESP Universidade Estadual Paulista “No trimestre dezembro-janeiro-fevereiro, os totais de chuva variam de 700 a 1000 mm no setor central da Região Sudeste. Estas chuvas são decorrentes principalmente do deslocamento dos sistemas frontais que contribuem para a caracterização da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), e da formação da Alta da Bolívia, anticiclone que se configura sobre o continente sul-americano, na alta troposfera, nos meses de verão. Os valores históricos de temperatura máxima ficam em 24ºC, no leste da Região Sudeste e das temperaturas mínimas médias em 12ºC nas áreas serranas. As climatologias de precipitação e temperaturas máxima e mínima, no Brasil”.Segundo o mesmo site no outono as chuvas diminuem aumentando a entrada das primeiras massas de ar frio vindas do sul.Como noticiado no jornal,”Zero Hora” no sul do pais apesar do verão de calor histórico neste ano, não será um outono atípico. Mas a estação será mais fria do que as dos anos anteriores. Segundo o boletim climático divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet/UFPEL), as temperaturas tendem naturalmente a apresentar redução no decorrer da estação, mas neste ano o frio deverá ser intenso e com geadas precoces.

terça-feira, 18 de março de 2014

UM DOS FATORES DE DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Porque tanta ênfase na questão da Crimeia? Muito provavelmente não sai da cabeça dos políticos europeus e mesmo de muitos que acompanham os fatos, o desenrolar dos acontecimentos que deram origem a primeira guerra mundial.

Na época foi exatamente a intervenção da Rússia em prol da sérvia, na questão do assassinato do arquiduque, do império Austro-húngaro Francisco Ferdinando.
Entre 1905 e 1914, aconteceram vários incidentes diplomáticos, mas o mais grave foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, em Sarajevo, capital da Bósnia, por um ativista sérvio, Gravilo Princip em 28 de junho de 1914. Provocando uma crise entre a Áustria-Hungria e a Sérvia.

A Sérvia recusou a oferta de colaboração de oficiais austríacos para combater os movimentos subversivos e para investigar o crime. Com isto o Império Austro-húngaro rompe com a servia e, em 28 de julho, a Áustria declarou guerra à Sérvia.

A Rússia por causa do pan-islamismo apoiou a Servia e então o sistema de alianças que existia antes da origem a 1ª guerra mundial.

Em 1882 tinha sito formada a Tríplice Aliança (acordo militar entre o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro e o Reino de Itália). Um pouco depois deste período forma-se a Tríplice Entente aliança militar entre o Reino Unido, a França e o Império Russo, consolidando acordos anteriores desde 1891.

Com o apoio da Rússia a Servia seus aliados entraram com ela por força do acordo, o mesmo ocorrendo com o império Austro Húngaro. Dando inicio a uma guerra generalizada que terminou em 1918 _ A Primeira Guerra Mundial.


Assim o que se vê hoje na Europa é uma serie de acontecimentos envolvendo a Rússia a Crimeia e a Ucraina (Ucrânia), que por causa das alianças atuais podem levar a outra guerra.

sábado, 8 de março de 2014

OS DADOS DO DESEMPREGO NO BRASIL

Em 2013, o índice de desemprego média apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em 5,4%. Apuração esta feita nas seis principais regiões metropolitanas do País Sendo a menor média anual desde o início da série histórica da taxa de desemprego, em 2003.
Parece bom que esta pesquisa tenha registrado menos desemprego, mas o numero que resultou deste trabalho pode encobrir o que realmente ocorre em relação ao desemprego. Assim como para medir a inflação se usa métodos que camuflam os resultados na questão do emprego se faz a mesma coisa.
Lendo com atenção o site do IBGE, que realiza esta pesquisa encontramos que, empregados são aquelas pessoas que trabalham para um empregador ou mais, cumprindo uma jornada de trabalho, recebendo em contrapartida uma remuneração em Dinheiro ou outra forma de pagamento (moradia, alimentação, vestuário, etc.).
Oras só ai temos um problema, se uma pessoa perde o emprego e vai ajudar um parente, por um período morando com este parente e ajudando-o a limpar a casa ele esta empregado? Não, mas está dentro da definição de empregado pelo IBGE.
Se um morador de rua em troca de comida uma roupa limpa um quintal para alguém, por uns dias ele esta empregado? Claro que não, mas esta na definição de empregado do IBGE, pois pela definição do IBGE uma pessoa que trabalhar 15 horas por semana caracteriza uma pessoa empregada, (15 horas por semana são em realidade, dois dias de trabalho).
Assim se depois de um desempregado passa a viver de bicos, a espera de uma colocação, de um emprego, vamos lá por um período de 5 meses (o período Maximo de recebimento de seguro desemprego) ele não entra no índice porque trabalha recebendo uns trocados ou alimentação, não entra no índice?
Porque não classificar vendo se a pessoa é autônomo mesmo ou se ela é desempregada que faz bicos?
Camuflar o índice, como se percebe pela definição do site do IBGE, só atrapalhará, a criação de uma política correta de estimulo ao emprego.

Neste ponto cabe apenas relembrar Carlos Drummond de Andrade em seu poema Comendo Chapéu quando diz: para o trabalho havia um Ministério com toda cibernética montagem; para trabalhadores, não havia trabalho.

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES

O dia 8 de março foi instituído em homenagem a luta pelas mulheres por melhores condições de trabalho nas fabricas no século XIX.
Quanto ao acontecimento do incêndio provocado em uma fabrica, com as operarias dentro, porque elas protestavam por melhorias sociais, não tem uma data historicamente precisa com algumas fontes indicando 8 de março de 1857, outras indicando 8 de março de 1908, ou ainda 25 de março de 1911, data de um incêndio com as mesmas características de punir mulheres que reivindicavam por direitos. (acontecimentos estes que teriam ocorrido sempre em Nova Iorque)
A precisão da data do fato pouco importa, e na realidade a ONU instituiu o dia internacional da mulher, em 1975 no dia 8 de março, como reconhecimento de toda uma luta que elas exerceram e exercem pelo reconhecimento de seus direitos sociais desde a metade do século XIX.
 De fato é uma data importantíssima para um reconhecimento dos direitos das mulheres, reconhecimento que até hoje não foi feito por completo. Muito se fala muito se diz, mas como eu lembro sempre, muitas vezes depois da homenagem as mulheres voltam à sua dupla jornada de trabalho, sem o reconhecimento que merecem.
Apesar de muita luta muitas vezes só se lembra da competência feminina em sociedade quanto à falta mão de obra, como no caso da segunda guerra mundial, onde como soldados na guerra, a falta de mão de obra nas fabricas fez com que se abrisse o mercado de trabalho para as mulheres.
Esta comemoração de amanhã é importante também, para que o papel da mulher seja reconhecido e para que pare ou diminua o numero de crimes passionais contra a mulher cometidos por homens, numero de atos este em crescimento em nossa sociedade.
Ainda passará muito tempo até que a ideia de uma data como esta ajude a conscientizar a sociedade, mas o trabalho em prol deste objetivo deve ser constante

terça-feira, 4 de março de 2014

Pixinguinha - A vida é um buraco (choro - 1930)





Sem muito comentário, a boa musica, a obra de arte fala por si...