domingo, 7 de outubro de 2007

AS QUESTÕES SOCIAIS

Abordemos um tema que não é novo, de fato, muito temos falado sobre as questões sociais, sobre a obrigação do eleitor e sobre a cidadania dentre outros assuntos. Mas devemos voltar a mencionar uma questão também importante, ou seja, a responsabilidade de nossos governantes para com o povo que o elegeu.
Em nosso país vemos que os sistemas sociais de previdência, de educação, saúde não são accessíveis a todos, isto como se parte dos brasileiros não tivesse direitos em seu próprio país. As instituições são criadas e depois de algum tempo suas atividades caem no vazio, como se não existisse a necessidade de atendimento a população.
Criou-se a previdência e eis que nos dias atuais esta não tem condições de atender satisfatoriamente seus segurados esquecendo, seus administradores, de prestarem contas para a população e para os associados da referida instituição. Cria-se um sistema público de saúde e depois vemos este mesmo sistema sem condições de remunerar os profissionais da área de saúde ou de atender a população que contribuiu com impostos.
Oras, se um governo é constituído legalmente é para que promova o bem comum, isto dentro das teorias de sociologia que existem, contudo vemos no Brasil que as instituições públicas não atendem a demanda da população e que pouco se tem feito para mudar esta situação.
Existe uma responsabilidade social por parte do governo que não pode restringir sua atividade a um assistencialismo puro e simples, como o bolsa escola programa de renda mínima ou coisa que o valha, se, em um primeiro momento estas atitudes amenizam situações críticas, a médio e em longo prazo devem ser criadas estruturas que, dando condição de emprego e criando um economia onde seja possível um salário mínimo decente, o individuo deixe de necessitar de bolsas isso ou bolsas aquilo e passe por si só a ter condições de viver com dignidade humana e escolher para si e sua família o que comprar e como comprar sem a necessidade de “ajutórios”.
Afinal, mais de quinhentos anos se passaram depois do descobrimento desta terra pelos portugueses e cento e cento e oitenta e cinco anos após nossa independência estamos dispostos a tornar este país em um país decente ou um país de mendigos.
O Brasil tem os maiores depósitos de minérios do mundo, um país que tem um território imenso (8,5 milhões de Km2) um clima favorável a 15ª economia mundial e conseguimos ter 70% da população em estado de miséria absoluta.
Cabe a nós e a nossos governantes a conscientização que é hora de construirmos uma nação, combater a violência não somente com o aumento de armamento nas policias, aumento de presídios etc, mas combatermos a violência que nossa sociedade comete contra parte dos brasileiros alijada de qualquer benefício social. Cabe a nós cristãos recordarmos as palavras do Papa João XXIII em sua Encíclica Pace in Terris quando claramente nos ensina:
“Faz-se mister, pois, que os poderes públicos se empenhem a fundo para que ao desenvolvimento econômico corresponda o progresso social e que, em proporção da eficiência do sistema produtivo, se desenvolvam os serviços essenciais, como: construção de estradas, transportes, comunicações, água potável, moradia, assistência sanitária condições idôneas para a vida religiosa e ambiente para o espairecimento do espírito. Também é necessário que se esforcem por proporcionar aos cidadãos todo um sistema de seguros e previdência, a fim de que não lhes venha a faltar o necessário para uma vida digna em caso de infortúnio, ou agravamento de responsabilidades familiares. A quantos sejam idôneos para o trabalho esteja facultado um emprego correspondente à sua capacidade. A remuneração do trabalho obedeça às normas da justiça e da eqüidade. Nas empresas permita-se aos trabalhadores operar com senso de responsabilidade”.
Desta forma devemos refletir sobre este tema e procurarmos trabalhar conscientemente para o real desenvolvimento de nossa sociedade, onde cada brasileiro seja respeitado em sua total integridade e isto tendo em vista que os governantes são escolhidos por nós em eleições livres e democráticas.


MENTORE CONTI

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