domingo, 7 de outubro de 2007

NOSSA RESPONSABILIDADE

Nos dias de hoje esquecemos, muitas vezes, que a sociedade humana é constituída para construir um bem comum. Este é, na realidade, o fundamento de uma sociedade e sem este fundamento voltamos ao estado natural, já que é na transição do estado natural para o estado civil que o homem passa a comportar-se abdicando de sua liberdade plena em prol de um senso de moralidade e em prol da coletividade.
Jean Jacques Rousseau nos ensina com probidade, em seu livro “O contrato Social” na tradução de Antonio de P. Machado, pela ediouro (não consta no volume data ou ano de edição), as paginas 39 ao falar do Estado Civil:
“A transição do Estado Civil produz no homem mudança notável, substituindo em sua conduta a justiça do instinto e dando aos seus atos a moralidade de que antes careciam. Somente então, substituindo a voz do dever ao impulso físico e ao direito do apetite, o homem que, até tal ponto não observava senão a si mesmo, vê-se obrigado a agir, tendo em conta outros princípios e a consultar sua razão antes de atender a caprichos.”
Assim ao falarmos destes conceitos podemos entender claramente que a violência em nossa sociedade é o resultado em parte, de uma atitude individualista do ser humano, que ao invés de lutar pelo bem comum, busca benefícios em detrimento dos demais. Igualmente errada é a atitude de pregar-se a violência para o combate da violência, pois, a pregação neste sentido estimula a quebra do pacto social.
Vemos com tristeza a violência aumentando dia-a-dia no Brasil e ao contrario de atitudes corretas, nossa sociedade, a principiar pelos meios de comunicação, (como já falamos anteriormente), incentiva e acirra mais a violência, criando inclusive, em muitos casos a pena de execração pública, quando indevidamente divulgam fatos imprecisos e de modo alarmante sobre determinados crimes ocorridos.
Assim dentro da linha que varias vezes temos comentado em nossos textos, cabe a população, zelar para não contribuir direta ou indiretamente para a continuação deste erro de pregar violência. Muitos vão dizer que isto é impossível e que, portanto, é inútil até mesmo falar sobre o assunto, a estas pessoas lembro o escritor grego Homero, que viveu no século X a.C. e que em sua obra “Odisséia” edição ediouro 1970 as pág 44 canto II versos 235 a 239 nos ensina com probidade:
“Os pretendentes soberbos não vou censurar, certamente
pela violência que fazem, produto de instintos malvados
que eles as próprias cabeças arriscam pilhando a fazenda
do valoroso Odisseu, na ilusão de que a casa não volta.
Mas com o resto do povo não posso deixar de indignar-me.
Com serdes muitos, ficais em silencio, sentados, sem verdes
Que aos pretendentes, por poucos, podíeis impor vosso freio”

Assim as palavras ditas pelo personagem Mentor de Homero, com relação os pretendentes de Penélope, mulher de Odisseu, serve a nós, que mesmo tendo responsabilidade de nos indignarmos e sermos contra os erros cometidos em nossa sociedade, quer com relação a violência quer com ralação a outros problemas, ao contrario, nos omitimos.
Portanto faz-se necessário que tomemos consciência de trabalharmos, sempre tendo em vista o bem comum e o respeito a dignidade da pessoa humana, atuando mais em nossa sociedade como cidadãos, dentro de nossas possibilidades e de nossa atividade diária, para resolvermos os vários problemas que nos afligem, inclusive a violência.


MENTORE CONTI

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