sexta-feira, 19 de outubro de 2012

SEM HORIZONTE

Uma cadeira de rodas completamente queimada, em meio a objetos e panos carbonizados também, um carrinho de supermercado velho com trapos e objetos queimados.


Uma cena dantesca é o que restou de um morador de rua, na região central de Belo Horizonte, que foi carbonizado por dois criminosos, por causa de dividas de drogas. Segundo testemunhas dois delinqüentes compraram gasolina num posto próximo onde o mendigo dormia foram até lá e atearam fogo.

Segundo ainda relatos destas testemunhas os delinqüentes voltaram ao posto, trocaram de roupa e fugiram. Testemunhas, legalmente falando, eu chamaria de co-autores da barbárie.

Se viram o ato porque não impediram? Porque não apagaram o incêndio, porque não intervieram quando os delinqüentes voltaram no posto para se trocar.

Este é o resultado de uma sociedade que primeiro em nome da liberdade, espera a vontade de um drogado para tratá-lo e tira-lo do vicio, mas que depois não se importa se estas pessoas doentes que perambulam pelas ruas, estarão na chuva, ou serão carbonizados como aquele mendigo, sem nome, sem família, sem identificação.

Os poucos objetos de um mendigo ficaram lá, na região central de Belo Horizonte, queimados, denunciando o pouco caso de uma sociedade para a questão, numa foto estampada num jornal.

Talvez por ironia, o nome da cidade onde ocorreu o fato é Belo Horizonte, marcando um futuro, um tipo de horizonte, que não esperava pela vitima, daquela cena macabra.

Belo Horizonte e a cena de uma cadeira de rodas queimada... Uma cena que mostra a falta de horizonte de tantos e tantos jovens que iludidos por uma sociedade permissiva, caem no mundo das drogas.

Uma sociedade permissiva, que permite com sua omissão a morte de um homem carbonizado, ou o abandono de tantos outros viciados, sempre em nome do respeito da liberdade.

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