Acompanhamos nestas duas semanas o Movimento do Passe Livre,
e as passeatas que em são Paulo acabaram muitas vezes em pancadaria, mas que ao
final na tarde de ontem fizeram com que o governo do Estado e a Prefeitura de São
Paulo voltassem atrás e reduzissem o preço da passagem.
Estas passeatas não foram exclusividades do Estado de São
Paulo, e não ocorreram também somente por redução de passagem de ônibus, ocorrendo
também no Rio de Janeiro, Belém do Pará. Em Brasília, por exemplo, grupos de
manifestantes fizeram protestos diante do Estádio Mané Garrincha e a Presidente
Dilma Rousseff foi vaiada por três vezes.
Durante as vaias contra a presidente o presidente da FIFA
chegou a falar em farplay, ou seja, na atitude do esporte de respeitar o
adversário, marcando bem que existe uma adversidade entre povo e governo.
Como entender estas manifestações?
Teriam infiltração de correntes políticas? Seriam espontâneas?
Na realidade estas manifestações são um resultado da insatisfação geral com os
problemas sociais e até mesmo com um Estado contemporâneo que não corresponde
aos anseios de uma população.
Os protestos tem se multiplicado em vários países, dando origem
há tempos atrás à primavera árabe e também aos conflitos na Turquia, algo
similar com o que ocorreu em 1968, quando protestos ocorreram no mundo inteiro,
desaguando aqui na guerrilha estudantil dos anos 60.
Hoje também, um vazio de poder, uma inatividade estatal em
solucionar problemas básicos acabam gerando esta insatisfação, e nesta época
contemporânea, com o uso da internet acabam se organizando as manifestações.
Se num primeiro momento estas manifestações, que se tornaram
gerais no Brasil, e são digamos assim, espontâneas, rapidamente pode haver
algum líder ou alguns lideres que procurando capitalizar este movimento a seu
favor, politize o acontecimento e tente com isto tomar o poder.
Este fato sempre ocorreu na historia como citei no programa Bom
Dia Cidade da Radio Vida Nova de Jaboticabal, programa com Jorge di Bello, e
foi o que aconteceu em 1964 no pais, quando os Generais Emilio Garrastazu Médici,
Geisel e outros se juntaram a políticos como Carlos Lacerda e no clima de insatisfação
que existia na época deram um golpe político-militar.
É legitimo o protesto de rua e previsto na constituição
liberdade de se reunir sem armas, só temos que tomar o cuidado de não deixar
que lideres carismáticos de ultima hora, como o próprio Luis Inácio Lula da
Silva em 1979, utilizem este fato para se projetarem na política e no comando
do país.
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