(Elizabeth Garone Da BBC Capital)
Uma pesquisa de 2013 da consultoria Deloitte mostrou que quatro em cada cinco diretores de recursos humanos prestam bastante atenção a experiências adquiridas em trabalho voluntário na hora de contratar.
Talvez a pergunta certa não é: devo incluir trabalho
voluntário? Mas sim: como devo fazê-lo?
RELEVÂNCIA
Suzanne Lucas, ex-diretora de recursos humanas e hoje
blogueira, sugere que todas as atividades do currículo sempre tenham alguma
relevância para o cargo disputado.
Se você quer uma vaga de professor e já atuou como escoteiro
voluntário, isso interessa.
"Mas se você é um contador pedindo emprego, dar
detalhes de sua atuação entre escoteiros vai fazer o recrutador pensar: 'ele
vai querer ir embora mais cedo do trabalho para se dedicar a isso'."
A não ser que o contador em questão estivesse se
voluntariado para fazer a contabilidade dos escoteiros, a experiência deve
ficar de fora do currículo, segundo Lucas.
SEJA ESPECÍFICO
Ninguém quer ver uma lista enorme de organizações onde você
trabalhou. Só vendo a lista, não é possível saber se a sua experiência foi
relevante ou se você só estava lá colando selos em cartas.
Nicole Williams, especialista em carreiras da LinkedIn,
sugere que os candidatos deixem detalhado o que fizeram de relevante em cada
instituição que listarem.
Mark Zafra, diretor de uma empresa de serviços financeiros,
recomenda que dar destaque para resultados que podem ser medidos em números.
Ele recomenda que o candidato seja o mais específico com números possível, com
frases como "ajudei a construir duas casas" ou "treinei 24 pessoas".
FAÇA A LIÇÃO DE CASA
Se você sabe o nome de quem vai entrevistá-lo para o
emprego, tente aprender o máximo sobre essa pessoa antes da entrevista. Se seu
trabalho voluntário tem alguma relação com coisas que interessam essa pessoa,
suas chances de causar uma boa impressão são melhores.
Williams conta o caso de uma pessoa que estava escolhendo
entre dois candidatos. Ao olhar o perfil no LinkedIn dos dois candidatos, um
havia listado seus trabalhos voluntários e o outro não.
A pessoa com trabalho voluntário na Sociedade Americana pela
Prevenção da Crueldade contra Animais acabou ganhando o emprego porque o
responsável por contratá-lo gostava de animais.
MÍDIAS SOCIAIS
Adam Lloyd, presidente da empresa Webber Kerr Associates,
que contrata executivos, disse que cada vez mais os administradores estão
olhando para o perfil online de seus candidatos, sobretudo em plataformas de
mídia social para aprender mais sobre os indivíduos.
Incluir informações sobre trabalho voluntário nessas
plataformas é uma boa ideia. O LinkedIn tem uma área específica para que as
pessoas listem apenas experiências com trabalho voluntário.
"Do ponto de vista de quem contrata, o trabalho
voluntário está na categoria de atributos 'intangíveis'", diz Lloyd.
"Ele dá uma dimensão extra e uma percepção de que o candidato é completo,
o que dá um empurrãozinho nas suas chances de contratação."
MELHOR QUE NADA
Se você tem alguma lacuna na sua formação, um trabalho
voluntário pode ser a melhor forma de preencher esse vazio, diz Jorg Stegemann
da Kennedy Executive Search & Outplacement.
"Depois de seis meses, é sempre bom ter algo novo para
botar no currículo. Trabalho voluntário é uma ótima opção."
Quem está desempregado pode fazer trabalhos voluntários em
sua área. Diretores financeiros, por exemplo, podem ajudar amigos a tomarem
decisões estratégicas para seus negócios.
"Sem uma atividade constante, esse vazio vai ser
interpretado como 'estava em casa vendo TV'", diz Stegemann.
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